domingo, 12 de julho de 2009
Literatura para celular
TÓQUIO - A espantosa popularidade entre os jovens de romances publicados exclusivamente nos telefones celulares vem chamando a atenção do mundo editorial. Deep love (ou Amor profundo), um dos primeiros romances de celular, foi lido por cerca de 20 milhões de pessoas. Seus autores resolveram editá-lo em formato impresso e os personagens viraram filme.
Segundo a Associação Japonesa de Editoras, o faturamento de livros e revistas vem caindo muito, de sete anos para cá. Ano passado, a venda chegou a ser 20% menor que em 2002. No Japão, a crescente difusão da internet e da telefonia celular é considerada a principal razão do afastamento do público dos livros.
Apesar do ceticismo, as editoras se juntaram à tendência para aproveitar ambas as mídias numa tentativa de sair da grave situação em que estão.
A editora Shincho, uma das principais do Japão, considera positiva a existência de livros para celulares. A empresa conseguiu 30 mil assinantes desde o lançamento do serviço, há dois anos.
- As pessoas que mais utilizam os celulares são as mulheres, tanto as adolescentes como as que têm por volta de 30 anos. E 70% de nossos assinantes são mulheres - diz Takuo Murase, porta-voz da Shincho.
Aparentemente, o segredo do sucesso dos romances lançados para celular está em suas frases simples e nos conteúdos fáceis.
- Uma literatura assim deve ser fácil de ler, já que se o conteúdo for tão complicado que obrigue o leitor a voltar à página anterior para reler, não serve como conteúdo para celulares - explica Takuo Murase.
Assim, os romances históricos (com muitos nomes próprios) parecem não ser os mais adequados para ler nos celulares.
- Os romances dos telefones portáteis são apenas uma mercadoria a mais para passar o tempo - resume Takuo Murase.
Segundo pesquisa da Shincho, as pessoas costumam ler a chamada ''literatura móvel'' no metrô ou mesmo antes de dormir, graças à luz própria da microtela do celular, o que permite ler no escuro sem incomodar a pessoa ao lado.
- A verdade é que os leitores estão envelhecendo, e muito poucos jovens lêem livros hoje em dia. Com os romances em celulares, acho que pelo menos os adolescentes poderão se acostumar a ler literatura. E, dessa maneira, seu interesse será estendido posteriormente aos livros impressos
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